quinta-feira, 30 de maio de 2013

Bom Convívio Social

O estagiário da academia toda vez que te cumprimenta, te alisa de forma constrangedora.
Em nome do bom convívio social, você o cumprimenta mais o rápido possível e sai de perto.
Ao invés de dizer: “meu filho, não precisa encostar para dar oi, e muito menos alisar, que nojo”, e tirar com a sua, a mão inconveniente.

Uma integrante do seu meio social, na casa dos 30, insiste em dizer, não importa o assunto, pode ser sobre a queda da muralha da china, ou de celulite, que você é muito novinha.
Em nome do bom convívio social, você afirma com um “é...”, dá um sorriso amarelo e desconversa.  
Ao invés de dizer: “Me deixa em paz, e daí que eu sou novinha? Você já foi da minha idade e um dia eu vou ser da sua, deixa de ser chata sua recalcada.”

Uma amiga sua, uma das mais próximas, pega um kit seu para o carnaval, sua barraca de camping, dentre outras coisas.
Depois de um tempo, você encontra seu lenço na casa de uma amiga em comum, ela diz que perdeu sua pulseira FAVORITA, e não entrega a sua barraca. Você só se dá conta que ainda está com ela, quando sua própria mãe a procura a uma da manhã para viajar no dia seguinte.
Em nome do bom convívio social, você diz: “tudo bem amiga, mas pelo menos vê se procura a minha pulseira, porque é a minha predileta, foi difícil achar, e ela é muito minha”.
Ao invés de dizer: “Não te empresto mais nada, você é uma folgada, devolve minha barraca AGORA. E pode dando um jeito para me devolver a minha pulseira.”



Eu sei que a paz mundial depende do bom relacionamento micro social, mas qual é o limite para a gente ficar engolindo esses tipos de sapos?

domingo, 5 de maio de 2013

Não dá pra entender


No século XIX, a galera só podia namorar sob os olhares atentos da família, sem qualquer direito à privacidade.

Depois da Segunda Guerra, a coisa parece ter melhorado, já se podia namorar no portão em um horário pré-determinado pelos pais, sem cogitar qualquer tipo de smack, no máximo um toquezinho de leve nas mãos.

Nos anos 50, os namorados podiam ficar em casa, sentados no sofá com o olho da vela de plantão em cima, que podia ser o avô, a avó, ou o irmão mais novo, que fazia tão parte do casal quanto os próprios.
Graças ao Festival de Woodstock, nos anos 60, já se podia quase tudo. Com o surgimento da pílula anticoncepcional, ficou institucionalizado que a única coisa proibida era proibir.

Desde então, essa evolução chegou até o ponto que estamos hoje, que é a famosa ficada. Um simples teste drive.  Você não pode namorar uma pessoa antes de ficar com ela um tempo, pra saber se as coisas combinam, como o beijo, a personalidade, o tipo de música. Teoricamente, você vai ficando com as pessoas, até conhecer alguém que combine com você.

Comparado ao século retrasado, somos privilegiados, temos liberdade para fazer o que quisermos, podemos ficar. Podemos testar pra saber se queremos assumir um relacionamento mais sério, o que implica no namoro. Relacionamento esse que consiste em ficar exclusivamente com uma pessoa só, mas se você não quiser ficar só com essa pessoa, você diz que não quer ter um relacionamento sério, e mantém todos os benefícios, de um relacionamento monogâmico, ficando. Ponto para a honestidade.

Agora dá pra entender porque as pessoas ainda se traem?