quarta-feira, 24 de junho de 2009

Carolina


Um dia, sem querer, eu esbarrei com ela. E ela não me pareceu nada demais, até pouco tempo depois. Eu me apaixonei por ela, assim, devagar. Bem, não sei se paixão, mas a admiração é sem tamanho. Ela talvez nunca irá saber.
Não sou homem nem mulher. Sou o que chamam de narrador. Na verdade, eu sou a historia em si, o espírito dela. Já que sem mim não existe historia.
“- Oi, prazer, Carolina.”
E o nome passou a morar no meu coração. Carolina é nome de gente que faz tudo para ser admirada ou que embebeda as pessoas de prazer simplesmente por ser e estar. E ela era a mesmo assim. Era e estava e não se podia ver além daquilo, porque quando ela estava, ela era; quando ela era, mostrava pra gente o mundo inteiro através do ângulo mais bonito e verdadeiro. Aí tudo que a gente queria era ver mais do mundo através dos olhos da Carolina. Todo mundo, que eu digo, era toda e qualquer pessoa que estivesse perto dela.
Agora ela está ali, sozinha, caída em depressão, deitada na cama, bebendo. Agora ela mora sozinha e ninguém se lembra do sol que ela trazia no olhar e dividia com o mundo todo. Agora ninguém se lembra do sorriso que acalmava a gente e transmitia que a amizade dela estava, sim, a nossa disposição. Porque ela era tão plena em si mesma, que dava medo de falar, tamanha a perfeição. Agora, a Carolina não é mais a Carolina. Ela é a Carol e não passa de mais uma garota.
Falando assim, parece que ela não tinha defeitos. Tinha, os têm ainda, claro. Mas o brilho dela ofuscava essa parte desinteressante. Se bem que os defeitos dela interessavam. Ela sempre foi figura muito humana, da gente mesmo e ela ter defeitos nos trazia de novo pro mundo real. Então, a Carolina sorria.
Vou começar do começo.

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